O meu filho tem dificuldades de aprendizagem: como preservo a sua autoestima?
Estando mais do que comprovado que um bom autoconceito tem um impacto directo nos resultados académicos, o que um pai e uma mãe, têm ao seu alcance é, exactamente, promover esse bom autoconceito, real e baseado nas fortalezas.
E se é assim para todas as crianças, mais importante o é para as crianças com dificuldades de aprendizagem. É crucial a construção duma autoestima sólida que lhe permita potenciar as fortalezas que já tem e desenvolver novas capacidades.
Como?
- Antes de mais, NUNCA permita que a criança sinta, ou perceba, que a sua estima por ele(a), ou até por qualquer outra pessoa, pode variar consoante as notas…
Qualquer criança é muito mais do que os seus resultados académicos!
Valorize constantemente o esforço da criança, não o resultado.
Arranje uma lupa e, todos os dias, porque haverá algo todos os dias, mostre que reparou numa boa atitude, num esforço feito, por pequeno que seja. Não apenas no estudo, mas em qualquer situação. É fundamental reconhecer e valorizar os esforços e as conquistas.
Porque há sempre algo bom por trás duma fragilidade, e porque apenas se constrói sobre as fortalezas, com a sua lupa ajude a criança a ter uma autoimagem positiva, fortaleça a sua vontade de se esforçar e de arriscar.
- Nos momentos de frustração, mostre que percebe o que o seu filho está a sentir. Ouça-o sem o interromper. Se o caso for grave, respire fundo as vezes que forem precisas, ou afaste-se o tempo que precisar para lidar com o seu stress.
Lembre-se do oxigénio nos aviões: são os adultos que devem colocar a máscara de oxigénio em primeiro lugar.
Mostre a sua empatia e seja a calma do seu filho. Abrace-o, se ele quiser.
- Faça perguntas de curiosidade sobre o que se passou, o que a criança pensou e como se sentiu. Empatize: pode pensar num momento da sua vida em que se tenha sentido da mesma forma e conte-lhe essa história.
Depois, “mãos à obra”: pergunte à criança que soluções vê para lidar com a situação, façam um pequeno brainstorming, até encontrarem uma solução de que ambos gostem e decidam pô-la em prática. Se a experiência não resultar, procurem outra. A luz aparece.
Também é muito importante que, diante de um desafio, ensine o seu filho a procurar soluções e estratégias: o foco nunca pode ser na procura da culpa e do culpado porque os erros são oportunidades para aprender e não para sofrer ou fazer sofrer.
Trata-se de criar um ambiente em que criança se sinta segura para correr riscos, errar e aprender com os erros. E isso, é excelente!
- Seja o modelo a seguir.
Quando estiver frustrado(a), diga mesmo que precisa de um momento para se acalmar e pensar na solução. Mostre paciência e perseverança nos desafios.
- Tenha em conta que a tendência natural do ser humano é querer aprender, superar-se.
Se o seu filho está, por iniciativa dele, a tentar superar-se, a desafiar-se a si próprio, deixe-o fazer esse esforço sozinho! Esteja por perto mas não lhe passe o seu medo.
Mais do que dizer-lhe “tu consegues”, o que deve dizer sempre que seja realista, o que mais lhe dará a autoconfiança de que precisa será a alegria de ver que foi capaz! Não lhe a tire!
- No dia a dia, envolva-o nas decisões da família: desde a gestão das tarefas gestão ao planeamento das férias. Que se sinta ouvido.
- Quando pequenos, dê-lhe opções de escolha, duas ou três, poucas. À medida que crescer, dê mais opções.
Permita-lhe usar o seu poder pessoal, que ele veja o resultado das suas acções e decisões: é algo essencial para que possa desenvolver autoconfiança e autonomia.
Certifique-se que o apoio dos profissionais oferece à criança os recursos necessários para enfrentar as suas dificuldades de forma efectiva.
E, não se esqueça! Nunca, nunca, faça comparações, negativas ou positivas, seja com quem fôr. Nada pior!

